Ai ai, semana santa em Braga, ficou tudo tolo.
São Hollas para cima, são ça vas para baixo e ainda vamos ouvindo os Gutten Tag por aí. Embora não seja grande apologista desta algazarra toda pela altura da Páscoa – e depois de ler Saramago ainda menos – gosto de ver as ruas cheias de gente e de cultura principalmente, tornam-as mais alegres.
Acho que ser turista é saudável, muito sinceramente. Se pudesse, era turista a tempo inteiro x)
Há coisa de uma semana estive em Pas de la Casa , Andorra, e adorei. Tirando o facto de que o apartamento em que ficamos era um beco, com tudo a que um beco tem direito, incluindo sujidade , e a antipatia de grande parte dos comerciais da vila, é um sitio muito simpático.
Tivemos a sorte de ter havido um enorme nevão no dia antes de irmos e haver neve por todo o lado. As casinhas escuras com os telhados cobertos de neve, os passeios com neve, e basicamente tudo com neve, eram encantadores.

Acho que tive uma das melhores semanas de sempre. Caí vezes e vezes sem conta, tanto em cima dos esquis como a andar na rua, cozinhei potenciais ameaças mundiais, vi nevar e, hum, ri-me tanto que voltei com os abdominais mais definidos x)
All in all, recomenda-se.
Também estive a pensar, esta semana, nos artistas de rua. Mas falamos de artistas com A e não simples pedintes. Não que despreze pedintes – nada disso – apenas penso que os há uns mais dignos que outros.
Voltando aos artistas, é recorrente vermos o trabalho e o talento deles a ser subvalorizados e outros tantos trabalhos de menor qualidade sobrevalorizados. Estou farta de ver gente a tocar nas ruas com muito mais potencial e muito mais talento do que muitos dos artistas fabricados pelas grandes editoras e companhias. Isto deixa-me um bocadinho – grande – revoltada, é como se se gozasse do pobre por ser pobre.
Muitas vezes, atuar na rua é, para muita gente, a única maneira de fazer aquilo que gostam e muitas vezes são igualados aos pedintes que pedem por necessidade. Não digo que os artistas de rua não peçam por necessidade, se bem que nem se chama pedir ao que eles fazem, eles simplesmente oferecem algo a quem passa, quer seja musica, quer seja poesia, quer seja um sorriso, e as pessoas que desfrutam do espectáculo, em vez de pagarem um bilhete dão o que podem – ou o que acham que devem dar.
Ser das artes em 2012 é difícil, ser das artes e ter coragem e convicção para as seguir se elas lhes correm nas veias é quase inconcebível, portanto é de valorizar quem ainda se digna a animar o dia de quem passa na rua, e não passar e dar ao desprezo. Se formos atentos a essas pequenas coisas talvez baste um senhor que faça uma marioneta dançar, ou um jovem numa esquina com a guitarra a tocar e cantar para fazerem o nosso dia mais feliz um bocadinho.
Tendo dito isto tudo já me perdi nas conclusões.
Acho que por hoje chega de divagar x)
Beijnhos e Boa Páscoa (se a celebram, se não, bom fim de semana!)
-Mag




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